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L o s r e t o s d e l a a d o p c i ó n t e c n o l ó g i c a e n e l s e c t o r h í d r i c o d e
L a t i n o am é r i c a
mil mm/año, o sea, la evaporación es tres
veces mayor que la precipitación. Esas
características son determinantes para
que las familias que viven en el Semiárido
desarrollen tecnologías de captación de
agua como las cisternas, tanques de piedra,
represas, etc. Ese tema será profundizado
posteriormente.
Mas el Semiárido brasileño, muchas veces se
confunde con los “sertões”. Los “sertões”
como región del país donde la pobreza, la
miseria y la exclusión constituyen parte de la
identidad de este territorio y de las personas
que aquí viven. Lo “sertões” cantados en
verso y prosa como región de la sequía, de la
tierra resecada, del pueblo flaco, del ganado
muerto de sed, de la migración, de los
flagelos del estío
5
y del pueblo atormentado,
como vemos en la poesía de Patativa do
Assaré
6
:
não é Deus que nos castiga
nem é a seca que obriga
sofrermos dura sentença
não somos nordestinados
nós somos injustiçados
tratados com indiferença.
Sofremos em nossa vida
uma batalha renhida
do irmão contra irmão
nós somos injustiçados
nordestinos explorados
nordestinados, não.
5 O Semiárido brasileño neste momento está mergulhado em uma das sequías más cruesis e devas-
tadoras dos últimos 30 anos. Da chegada dos portugueses aos dias atuais, registram-se 72 sequías
con características similares e as populações rurais continuam pagando caro pela manutenção deste
modelo. Pesquisa da USP con a secretaria da Agricultura de Pernambuco revela que 17% das proprie-
dades rurais do sertão nordestino fecharam as porteiras por causa da sequía e 50% dependem de
carro-pipa para conseguir agua. Em Pernambuco, por ejemplo, o rebanho bovino foi reduzido quase
pela metade: de 2,1 millones de cabeças de gado, 200 mil morreram, 300 mil foram transferidas para
otras regiones e 500 mil foram abatidas. Fonte:
.br/colunas/econo-
mia-cultura-e-sociedade/sequía-no-nordeste-entre-o-problema-climatico-e-o-abuso-politico/. Acessa-
do em: 20 de out.2013.
6 Poeta nordestino ( 1909-2002), nascido no Ceará na cidade de Assares, agricultor e autoditada, Pata-
tiva do Assares es conhecido como o “Poeta do povo”, onde descreveu a realidade do povo nordes-
tino. Em sua obra destaca-se o poema A morte de Nanã, A Triste partida, Cante lá que em canto cá,
Apelo dum Agricultor, Meu Protesto.
La
“naturalización de la sequía”
estructura
un discurso que mantiene históricamente,
élites y oligarquías en el poder político -el
llamado
coronelismo
. Por detrás del discurso
del combate a la sequía, o de que en el
“sertão” solo existe miseria porque existe
sequía (discurso completamente tautológico
e por tanto, ideológico), se esconde una
cultura política centralizadora, oligárquica,
excluyente y que principalmente sirve para
justificar la famosa “industria de la sequía”
en Brasil, que enriquece a estas familias y las
mantiene en el poder (el
poder de los dueños
del poder
, que se materializa en el poder
del latifundio, en el poder del monocultivo
y que se actualiza en el poder del agro y del
hidronegocio, en los grandes perímetros
irrigados para agricultura exportadora, en
las grandes obras de transposición del Río
San Francisco, etc).
Aún bajo la mirada de Patativa do Assaré,
vemos en estas estrofas del poema
A morte
de Nanã
, los efectos de las estructuras de
poder de las oligarquías nordestinas:
Mas, neste mundo de Cristo,
Pobre no pode gozá.
Eu, quando me lembro disto,
Dá vontade de chorá.
Quando há sêca no sertão,
Ao pobre farta feijão,
Farinha, mio e arrôis.